quarta-feira, 18 de julho de 2012

SONETO DE VÉSPERA

Quando chegares e eu te vir chorando
De tanto te esperar ,que te direi?
E da angustia de amar-te ,te esperando
Reencontrada,como te amarei?


Que beijo teu de lágrimas terei
Para  esquecer o que vivi lembrando
E que farei da antiga mágoa quando
Não puder te dizer por que  chorei?


Como ocultar a sombra em mim suspensa
Pelo martírio da memória imensa
Que a distãncia criou- fria de vida


Imagem tua que eu compus serena
Atenta ao meu apelo e à minha  pena
E que quisera nunca mais perdida....

(Vinicius de Moraes)

SONETO DO MAIOR AMOR

Maoir amor nem mais estranho existe
Que o meu,que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre,fica triste 
E se a vê descontente,dá risada.

E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração,e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uam vida mal-aventurada.

Louco amor meu que quando toca,fere
E quando fer,vibra,mas prefer
Ferir a fenecer-e vive  a esmo.


Fiel á sua lei de cada instante 
Desassombrado,doido ,delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.

PERDÃO

Jamais te perdoarei pelo que fez.
Você me fez chorar, 
me humilhar para
ter o seu amor perto de mim

Você dizia:eu te amo
que nao me esqueceria 
mas,agora  você diz 
que era tudo mentira.

E faz com que meu 
coraçao se feche 
e qua eu volte a chorar.

Pois penso,em você 
todos os dias que fico sem te ver 
mudaste a minha vida ,
 meu modo de ser

Agora a única coisa 
que você nao me ensinou
foi ficar sem você.


escrito por marina martins 

SONETO DE SEPARAÇÃO

De repente do riso fez-se o pranto
Silêncioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento 
E do momento immóvel fez-se o drama.

De repente ,não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente ,não mais que de repente.


( Vinicius de Moraes)